terça-feira, 29 de julho de 2008

O Império dos Sentidos



Filme baseado em uma história real. No Japão, homem e uma camareira de hotel começam um tórrido caso de amor. O desejo dos dois se transforma numa obsessão sexual tão forte, que, para intensificar seu ardor, os dois abrem mão de tudo, inclusive da vida.

Dirigido por Nagisa Oshima, Império dos Sentidos é ambientado em 1936, quando o Japão era marcado pelo conflito entre as culturas oriental e ocidental. Abe Sada, a personagem principal, emprega-se na casa de Kichizo e, entre as tarefas humildes, espiona as intimidades do patrão e da esposa durante algum tempo, até que ela mesma se torna amante de Kichizo.

Mas Sada está longe de ser a amante como estamos acostumados a pensar. Furtiva, relegada ao segundo plano, resignando-se em ser uma válvula de escape para o casamento do amante. Não. Ela se torna o centro da vida de Kichizo e nunca se envergonha do seu amor e de seu ato sexual, não se importando sequer em ser observada, em fazê-lo em público.

Sada é considerada a representante de uma era pré-ocidental e pré-cristã, em que, em lugar da virgindade, o principal valor é a experiência. Ela torna a prática sexual uma necessidade, através da qual busca saciedade e gozo incessantemente. Experimenta de tudo, faz questão de procurar o prazer em cada recôndito do corpo e da alma do amante e da sua própria.

Os amantes evocam práticas diversas para temperar o ato sexual como voyeurismo, pompoarismo, sadomasoquismo e até asfixia. Há cenas fantásticas e antológicas, como a do ovo - não vou contar, morram de curiosidade ou assistam ao filme! - ou a final, majestosa e chocante.

O filme significou um ato de libertação, uma mudança na vida de cada um dos envolvidos. Os atores fizeram sexo realmente em todas as cenas - a esposa do protagonista teve que aceitar a idéia do marido tendo relações com outra mulher ante uma câmera. Segundo o próprio diretor, a equipe técnica transformou-se em idólatra da erotômana Abe Sada, transformando a atmosfera das filmagens e da própria película, em ritualística, densa, solene. Assistir ao filme é presenciar o culto a uma entidade: o sexo.

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