sábado, 27 de dezembro de 2008

Alfred Kinsey


Alfred Charles Kinsey (Hoboken, 23 de junho de 1894 — Bloomington, 25 de agosto de 1956) foi um entomologista e zoólogo norte-americano. Em 1947, na Universidade de Indiana, fundou o Instituto de Pesquisa sobre Sexo, hoje chamado de Instituto Kinsey para Pesquisa sobre Sexo, Gênero e Reprodução. Suas pesquisas sobre a sexualidade humana influenciaram profundamente os valores sociais e culturais dos Estados Unidos, principalmente na década de 1960, com o início da revolução sexual. Ainda hoje, suas obras são consideradas fundamentais para o entendimento da diversidade sexual humana.
Kinsey iniciou seus estudos sobre práticas sexuais humanas após uma discussão com o colega Robert Krog, na Universidade de Indiana. Após ter concluído, em seus estudos de entomologia, que nenhuma vespa era igual à outra, e que as práticas de acasalamento das vespas eram extremamente variadas, Kinsey percebeu que, apesar da falta de estudos sobre a sexualidade humana, essa característica de diversidade sexual era comum entre os animais e, dentre estes, os humanos. Kinsey queria que a educação sexual fosse abordada em uma disciplina exclusiva, algo inexistente na época. Ao fazer isto, Kinsey conseguiu criar a disciplina acadêmica de sexologia, ciência da qual é considerado o criador. Após muita persistência, em 1935 Kinsey conseguiu recursos financeiros junto à Fundação Rockefeller e pôde, então, iniciar sua pesquisa sobre a sexualidade humana. Para isso, Kinsey montou e treinou uma equipe que entrevistaria, nos anos seguintes, milhares de pessoas em todo o território dos Estados Unidos.
Os Estudos de Kinsey são dois livros controversos sobre comportamento sexual humano, Sexual Behavior in the Human Male (1948) e Sexual Behavior in the Human Female (1953), por Dr. Alfred C. Kinsey, Wardell Pomeroy e outros. Kinsey era um zoologista na Indiana University at Bloomington e o fundador do Institute for Sex Research.
As pesquisas de Kinsey’s supreenderam o público em geral e foram imediatamente foco de controvérsia e visibilidade. As suas conclusões causaram choque e escândalo, não só por desafiarem ideias convencionais sobre a sexualidade mas também porque discutia questões que eram até então tabu. O senso comum que a heterossexualidade e a abstinência eram a norma quer ética quer estatística não tinha até então sido seriamente posto em causa.
A Escala Kinsey
Pesquisas sobre a conduta sexual de homens e mulheres coordenadas por Alfred Kinsey (1948 e 1953) indicaram que a orientação sexual dos indivíduos pode ser medida e classificada. A partir das respostas a questionários aplicados a um universo de 17.000 homens brancos norte-americanos, os dados foram tabulados e deram origem à Escala Kinsey. Na elaboração desta escala foram consideradas as experiências sexuais e as reações psicológicas dos indivíduos, em diferentes etapas de suas vidas, e resultou a seguinte classificação:
•Heterossexual exclusivo;
•Heterossexual ocasionalmente homossexual;
•Heterossexual mais do que ocasionalmente homossexual;
•Igualmente heterossexual e homossexual, também chamado de bissexual;
•Homossexual mais do que ocasionalmente heterossexual;
•Homossexual ocasionalmente heterossexual;
•Homossexual exclusivo;
•Indiferente sexualmente.
Esta classificação é acompanhada pelas seguintes estimativas porcentuais:
•Aproximadamente 50% dos homens não tiveram qualquer experiência homossexual aberta ( nem física , nem psíquica), desde o início da adolescência.
•Do total da população masculina estudada, 37% tiveram pelo menos uma experiência abertamente homossexual, até o orgasmo, entre a adolescência e a idade adulta.
•Cerca de 13% dos homens tiveram uma reação erótica por outros homens sem manter qualquer experiência abertamente homossexual, desde o início da adolescência.
•30% dos homens tiveram experiências homossexuais, pelo menos incidentalmente, durante um período mínimo de três anos, entre 16 e 55 anos.
•Cerca de 13% dos homens tiveram mais experiências homossexuais que heterossexuais durante um período mínimo de três anos, entre 16 e 55 anos.
•Quase 10% dos homens foram exclusivamente homossexuais durante um período mínimo de três anos, de 16 e 55 anos.
•E 4% dos homens são exclusivamente homossexuais ( experiências físicas e psíquicas) por toda a vida, desde a adolescência.
A pesquisa de Kinsey sobre a mulher , em 1953, indicou que a incidência da homossexualidade feminina era consideravelmente menor. No entanto, ressalvou que as mulheres possuem uma sexualidade mais polimorfa e variada. De acordo com essa pesquisa:
•Aproximadamente 13% das mulheres tiveram desejos ou experiências homossexuai .
•Foram consideradas exclusivamente homossexuais 6% das mulheres.
Estudos posteriores aos de Kinsey têm confirmado que a incidência da homossexualidade exclusiva ou preferencial nas sociedades ocidentais é de 5 a 10% da população.
Mesmo com eventuais erros estatísticos, alguns deles até admitidos por Kinsey, a verdade é que nunca antes houve um estudo sobre sexualidade humana envolvendo tantas pessoas. É por isso que, até hoje, estes dados ainda são considerados como um dos maiores estudos mundiais de comportamento sexual humano.
Como um resultado prático dos estudos de Kinsey, em 1973, a Associação Americana de Psiquiatria removeu a homossexualidade da lista de desordens mentais, recusando-se a continuar considerando os homossexuais como diferentes ou passíveis de correção. O mesmo aconteceu com a Organização Mundial de Saúde (OMS), que também passou a não considerar a homossexualidade como uma doença, a partir de 1986.

COMO VOCÊ VÊ, A SEXUALIDADE É ALGO MUITO MAIOR DO QUE AS REGRAS IMPOSTAS PELA SOCIEDADE. E NO FUNDO, NINGUÉM É TÃO ESTRANHO ASSIM. Para conhecer melhor sobre o assunto a dica é assistir o filme: Kinsey, Vamos falar de sexo...

Estou saindo de férias, um excelente 2009 para todos!

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