sexta-feira, 26 de setembro de 2008

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Era como andar às cegas num pântano, ou quem sabe, equilibrar-se precariamente numa corda bamba. Incrível como reencontrá-la, encarar aqueles olhos oblíquos e inescrutáveis, e admirar aquele sorriso velado, falsamente ingênuo, lhe causava uma desconfortável inquietude.
Um frio percorreu sua espinha e ele sentiu medo, e ao mesmo tempo, uma insana e diabólica atração o impedia de recuar. E ele se perguntou: porque nos tornamos, assim, por vezes, vítimas de nós mesmos?
Paralisou como se o tempo e seus sentidos houvessem sido tragados por um vácuo.
Segundos após, atônito, percebia suas mãos descendo febris e deslizando por aquele corpo, como um caçador que aventura-se por uma mata escura e conhecida, mas não menos perigosa e repleta de armadilhas.
Assim lançou-se sobre ela, como escravo de um sortilégio, cego, faminto e voraz. E ela o recebeu, doce, úmida e ardente. E aplacou todas as suas angústias. E saciou todas as suas fomes.

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